Em sessão do Tribunal do Júri da comarca de Lages que durou mais de 16 horas, iniciada na última quinta-feira (23), quatro réus foram condenados pela morte de um homem ocorrida em frente a uma boate, em 2018, assim como por lesões corporais impingidas a outras duas vítimas. As penas, somadas, ultrapassaram 57 anos de prisão pelos crimes de homicídio – qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima – e lesão corporal.
Os trabalhos foram presididos pelo juiz Sérgio Luiz Junkes, titular da 1ª Vara Criminal. Todos os fatos foram esclarecidos por sete testemunhas durante o julgamento – cinco de acusação e duas de defesa. Entre elas estavam duas vítimas. No final dos trabalhos, o Conselho de Sentença condenou um dos réus a 24 anos e 10 meses de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e lesão corporal. Outro, a 18 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Pelo crime de homicídio qualificado, o terceiro réu foi condenado a 14 anos de reclusão, em regime fechado. O quarto homem foi condenado a quatro meses de detenção, pelo crime de lesão corporal praticado duas vezes.
Cena do crime
Os crimes ocorreram em frente a uma casa noturna no bairro Copacabana. Conforme a denúncia do Ministério Público, um dos réus urinava em frente à boate quando duas mulheres saíram e foram surpreendidas com a cena. Uma delas reprovou a atitude e foi xingada por ele. O marido, vítima do grupo, pediu que o homem não a ofendesse e ofereceu um banheiro do estabelecimento.
Além de não aceitar, o denunciado passou a ofendê-lo também. Para evitar atritos, os três retornaram para a boate. Nesse momento o homem passou a chutar a porta, fazendo com que as três vítimas, homens proprietários do estabelecimento, saíssem e fossem surpreendidos com chutes, socos, pedradas e golpes de capacete. Uma das vítimas caiu no chão e recebeu chutes e golpes de capacete, praticamente todos na região da cabeça. Mesmo depois da vítima convulsionar, as agressões continuaram. Ela morreu dias depois no hospital. As outras duas vítimas sofreram lesões corporais.